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O que se sabe sobre agressão à professora durante abordagem policial em São Luís O que se sabe sobre agressão à professora durante abordagem policial em São Luís
Profissional está pedindo medida protetiva porque tem medo de represálias. Caso foi gravado por câmeras de segurança e três policiais foram afastados.
Por Werbete | 12/03/2024 - 18h49
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Uma professora foi agredida durante uma abordagem policial, em São Luís. Todo o caso foi gravado por uma câmera de segurança, e a repercussão do caso levou ao afastamento dos policiais presenvolvidos. A vítima, que levou um soco, registrou o caso e agora busca justiça.

Quando e como foi a abordagem?

Segundo a professora, ela, o marido e alguns amigos estavam retornando de uma pescaria, no bairro Cruzeiro de Santa Bárbara, em São Luís, quando foram abordados por três policiais da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (ROTAM).

O caso aconteceu na última quinta-feira (7) e os policiais deram ordem de parada ao marido da professora, alegando que ele estava em alta velocidade e que seria preso por causa disso.

Durante a abordagem policial ao marido, a professora decidiu gravar a cena, pois os policiais estariam agindo de forma grosseira, colocando os braços dele para trás com força e aplicando um mata-leão.

No entanto, os policiais teriam se incomodado de serem gravados e reagiram.

O que disseram as testemunhas?

Segundo testemunhas, um dos policiais se aproximou e gritou com a professora mandando que ela desligasse o celular. Assustada, a professora gritou por socorro, mas foi agredida com dois tapas e um soco.

“O outro policial veio pro meu lado e começou a gritar comigo, mandando eu desligar meu celular, pra dar meu celular pra ele e eu falei que não dava. Aí eu desci do carro e no momento que eu desci do carro, veio outro policial me deu um bogue [soco] na minha boca e eu caí no chão. Corri numa casa gritando, pedindo socorro. Aí ele foi e me deu outro tapa no pé do meu ouvido e eu caí no chão. Um dos amigos que estava com a gente disse ‘não bate nela que ela é mulher’. Ele foi, deu dois tapas e deu um tiro", conta a professora.

Ainda segundo testemunhas, enquanto a professora corria para pedir ajuda em uma casa próxima, o mesmo policial deu um soco em um amigo dela que tentou defendê-la.

Nas imagens gravadas por uma câmera de segurança, não é possível perceber, mas as vítimas das agressões disseram que o policial chegou a dar um tiro de fuzil em direção ao chão. A cápsula foi recolhida por vizinhos no dia seguinte e entregue à família da professora.

 Quem é a vítima?

A vítima é professora e preferiu não se identificar na reportagem. Na última segunda-feira (11), ela foi à Delegacia da Mulher entregar o artefato e tentar uma medida protetiva contra o PM que a agrediu.

No entanto, a professora foi orientada a primeiro fazer um novo Boletim de Ocorrência em uma delegacia especializada em crimes cometidos por agentes públicos. Antes, ela já havia registrado um Boletim de Ocorrência na Delegacia da Cidade Operária.

O marido da professora foi preso, mas foi solto na sexta-feira (9). Ela também foi à delegacia prestar queixa contra os policiais e diz ter medo de retaliações por denunciar os abusos.

Quem é o PM que agrediu?

O policial que teria agredido a professora é o sargento Getúlio Protassio Vasconcelos. Ele estava acompanhado de dois soldados, identificados apenas como soldado André e soldado Bitenttiut.

Todos são da Ronda Ostensiva Tática Móvel (ROTAM), um grupo de elite da Polícia Militar.

Como estão as investigações e os desdobramentos?

Sobre o caso, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP-MA) informou que já determinou a apuração do fato e que as providências legais estão sendo adotadas, incluindo uma sindicância para investigação da conduta do agente, que foi afastado das funções de rua até a conclusão do processo, junto com os outros dois policiais.

Já a Polícia Civil informou que a vítima fez exames de corpo de delito e que as investigações foram encaminhadas para a Promotoria Militar, devido ao suspeito das agressões ser policial militar.

Por fim, a nota da SSP destacou que "cumpre suas atribuições constitucionais de polícia preventiva e ostensiva, alicerçadas em princípios de preservação da vida e respeito aos direitos humanos e não coaduna com ações que maculem a imagem da corporação".

 
 
 
 
 
 
Fonte: g1